Em meio ao processo contínuo de adaptação das práticas religiosas aos valores do Partido Comunista Chinês (PCCh), foi anunciado o “Projeto do Ministério da Música Sagrada para 2025”, com o objetivo de promover a “sinização” da música cristã no país.
A iniciativa foi apresentada pelas “Duas Associações” — a Associação Cristã Patriótica da China e o Conselho Cristão da China — que representam oficialmente os protestantes e atuam sob supervisão direta do governo.
O projeto propõe a adaptação de hinos e canções cristãs à cultura chinesa. Entre as medidas previstas estão a formação de equipes oficiais de música sacra, a criação de uma biblioteca de canções com “características chinesas” e a realização de concertos com temática da sinização.
Também haverá módulos musicais em aplicativos religiosos autorizados e treinamentos para voluntários conforme as novas diretrizes.
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Organização China
De acordo com a organização China Aid, o plano representa mais um esforço do governo chinês para substituir conteúdos religiosos tradicionais por versões filtradas e alinhadas aos valores do Estado. “Forçar a sinização da música sacra é uma distorção da essência da fé cristã”, afirmou a entidade.
Kurt Rovenstine, da organização Bíblias para China, declarou que o projeto reflete o crescente controle do governo sobre a fé cristã. “A Bíblia é a base da fé. A música, por sua vez, torna-se um alvo mais acessível para intervenção”, explicou. Segundo ele, pequenas alterações nos hinos podem comprometer sua mensagem teológica.
Desde 2021, o governo chinês tem intensificado restrições à fé nas plataformas digitais. Canções de louvor foram removidas da internet e igrejas registradas têm sido pressionadas a seguir diretrizes do Partido.
Rovenstine concluiu pedindo orações pelos cristãos chineses, para que permaneçam firmes na verdade bíblica diante das pressões estatais.
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