NOTICIACRISTIANA.COM- No dia 18 de abril, coincidindo com a Sexta-Feira Santa, o juiz Javed Iqbal Sheikh condenou à morte o cristão Pervaiz Masih por acusações de blasfêmia, incluindo a suposta profanação do Alcorão e insulto ao profeta Maomé. A sentença também inclui prisão perpétua e uma multa de 10 mil dólares.
O caso gerou fortes reações tanto no Paquistão quanto no exterior, reacendendo o debate sobre o uso da lei de blasfêmia no país. Masih foi acusado de tentar incriminar dois irmãos cristãos — Amer Masih e Umair Rocky Masih — como parte de uma vingança pessoal.
As falsas denúncias contra os irmãos, apresentadas em agosto de 2023, desencadearam uma onda de violência sectária na cidade de Jaranwala: mais de 20 igrejas foram incendiadas e cerca de 80 casas de famílias cristãs atacadas por multidões muçulmanas. Até o momento, nenhum dos responsáveis foi preso.
A reverenda e ativista Ghazala Shafique criticou duramente a decisão, chamando-a de “presente distorcido de Páscoa”. “Condenaram um cristão por um suposto crime, mas quem queimou nossas igrejas está solto sob fiança”, denunciou nas redes sociais.
A comunidade cristã condenou a sentença como excessiva e como mais uma prova da perseguição religiosa que as minorias enfrentam no país. O Paquistão ocupa o oitavo lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 da organização Portas Abertas, que avalia os países onde é mais difícil ser cristão.
Segundo o Centro de Pesquisa de Segurança e Políticas, entre 2014 e 2023, pelo menos 2.120 pessoas foram acusadas de blasfêmia no país. Masih tem o direito de apelar ao Tribunal Superior de Lahore, enquanto organizações de direitos humanos exigem justiça pelos ataques de 2023 e uma reforma urgente da lei de blasfêmia.
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