NOTICIACRISTIANA.COM.- Uma camiseta comercializada pela marca cristã Criações Gênesis causou polêmica de racismo em Petrópolis, região Serrana do Rio de Janeiro. O design da peça apresentava a frase “Não se contamine” acompanhada de uma imagem de duas mãos — uma branca e outra preta — se aproximando, inspirada na célebre obra “A Criação de Adão”, de Michelangelo. Após a repercussão negativa, a peça foi retirada do mercado e a marca passou a ser alvo de críticas severas.
Reações e denúncias de racismo
O caso gerou indignação nas redes sociais e foi classificado como racismo por entidades de igualdade racial. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota de repúdio, destacando que a mensagem reforça o racismo estrutural. “A associação entre a cor da pele e a ideia de contaminação é uma afronta aos direitos humanos e à luta histórica pela igualdade racial”, declarou a instituição.
A OAB exigiu a retirada da camiseta de todos os canais de venda, um pedido público de desculpas por parte da empresa e a adoção de medidas educativas contra práticas discriminatórias, como treinamentos em diversidade. Também foi solicitada uma investigação pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária para apurar eventuais responsabilidades civis e criminais.
Defesa da marca
Brenda Sá, proprietária da Criações Gênesis, defendeu-se afirmando que a mensagem da camiseta foi mal interpretada. Segundo ela, o design era uma referência ao capítulo 1 do livro de Daniel, na Bíblia, que aborda o conceito de contaminação espiritual. “Jamais tivemos a intenção de ofender. A arte foi revisada por diversas pessoas, incluindo familiares negros, e ninguém viu algo negativo”, disse Brenda.
A empresária destacou que a imagem pretendia simbolizar um “afastamento espiritual de Deus” e não fazia alusão às cores de pele. Ela pediu desculpas pelo ocorrido e lamentou os ataques que recebeu nas redes sociais, incluindo ameaças. “Estamos muito abalados. É triste ser acusada de algo que não era nossa intenção”, desabafou.
Impacto e investigação
A polêmica levantou discussões sobre racismo estrutural e a importância de maior sensibilidade na criação de materiais publicitários. Entidades como o Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial) também foram acionadas, mas ainda não se posicionaram formalmente sobre o caso.
A Criações Gênesis enfrenta agora o desafio de restaurar sua imagem, enquanto a sociedade brasileira segue discutindo questões raciais e a necessidade de combater preconceitos.
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